Exposições museológicas em tempos complexos: tecendo tradições e inovações em múltiplas modernidades
Helena Cunha Uzeda
Resumo
As aparentes incoerências e paradoxos da contemporaneidade colocaram os museus e suas exposições diante de um novo desafio lançado por uma atualidade complexa, com múltiplas razões e poucas certezas. Se no início do século XX, os museus foram questionados por não se enquadrarem ao pensamento unívoco modernista, que entendia que preservar o passado impedia a construção do futuro; no final do mesmo século, a pós-modernidade os lançaria num vórtice, onde colidem e se mesclam antigas e novas visões, ideias consonantes e contraditórias. Cotejando teorias de autores que tecem considerações sobre a realidade moderna, pós-moderna e contemporânea, o texto busca refletir de que forma a missão primordial dos museus e suas coleções estão respondendo às provocações lançadas por uma contemporaneidade cujas transformações vertiginosas escapam à compreensão. Enquanto museus tradicionais que expõem acervos históricos e artísticos são, cada vez mais valorizados e visitados; outras exposições, apropriam-se de técnicas e estéticas ligadas ao campo da cenografia e da iluminação cênica, externas ao campo da museologia, num esforço transdisciplinar que busca estímulos estéticos, artísticos e tecnológicos para se adequar à linguagem imagética do espetáculo – também com grande sucesso. Como representantes primordiais da comunicação dos museus, as exposições transitaram ao longo de diversas “modernidades”, sob elogios e recriminações, mas sempre mostrando-se capaz de absorver e reproduzir um espírito de “atualidade”, refletindo a percepção de um Real transitório e circunstancial de determinada época e sociedade.
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